segunda-feira, 4 de julho de 2011

Diabetes

É diabético ou está integrado num grupo de risco? Conheça os sintomas, os tipos e as complicações desta doença.

Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, autocontrolando a sua doença. Aliás, se o doente for determinado neste papel de autovigilância, a sua vida ficará muito facilitada.
O que é a diabetes?
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.
Quem está em risco de ser diabético?
A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:
  • Pessoas com familiares directos com diabetes;
  • Homens e mulheres obesos;
  • Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;
  • Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;
  • Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;
  • Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.
Quais são os sintomas típicos da diabetes?
Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:
  • Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
  • Sede constante e intensa (polidipsia);
  • Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
  • Fadiga;
  • Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
  • Visão turva.
Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:
  • Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
  • Ter muita sede;
  • Emagrecer rapidamente;
  • Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
  • Comer muito sem nada aproveitar;
  • Dores de cabeça, náuseas e vómitos.
É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos.
Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.
Como se diagnostica a diabetes?
Se sentir alguns ou vários dos sintomas deve consultar o médico do centro de saúde da sua área de residência, o qual lhe pedirá para realizar análises ao sangue e à urina.
Pode ser diabético...
  • Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas;
  • Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo.
Que tipos de diabetes existem?
  • Diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulino-Dependente) - É a mais frequente (90 por cento dos casos).
    O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à acção da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.
    Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção duma dieta alimentar, por forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a actividade física regular.
    Caso não consiga controlar a diabetes através de dieta e actividade física regular, o doente deve recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina. Neste caso deve consultar sempre o seu médico.
  • Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulino-Dependente) - É mais rara.
    O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.
    Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos.
    Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.
  • Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.
    A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada. Quando esta não é suficiente, há que recorrer, com a ajuda do médico, ao uso da insulina, para que a gravidez decorra sem problemas para a mãe e para o bebé.
    Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.
Outras complicações associadas à diabetes
  • Retinopatia - lesão da retina;
  • Nefropatia - lesão renal;
  • Neuropatia - lesão nos nervos do organismo;
  • Macroangiopatia - doença coronária, cerebral e dos membros inferiores;
  • Hipertensão arterial;
  • Hipoglicemia - baixa do açúcar no sangue;
  • Hiperglicemia - nível elevado de açúcar no sangue;
  • Lípidos no sangue - gorduras no sangue;
  • Pé diabético - arteriopatia, neuropatia;
  • Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais;
  • Obstrução arterial periférica - perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés;
  • Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos;
  • Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das cicatrizes depois das cirurgias.
Como se trata a diabetes?
  • Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente.
    O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).
    Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.
  • Diabetes tipo 2 - O tratamento é semelhante mas, devido à menor perigosidade da doença, a maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda de outros medicamentos específicos (que não a insulina), a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico.
    Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que actuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina.
    Seguindo uma alimentação correcta e adequada, praticando exercício físico diário e respeitando a toma dos comprimidos indicada pelo médico, um doente com diabetes tipo 2 garante a diminuição do risco de tromboses e ataques cardíacos; a prevenção de doenças nos olhos e nos rins e da má circulação nas pernas e nos pés, factor que diminui significativamente o risco de amputações futuras.
O que é a insulina?
A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do DNA recombinante ou da modificação química da insulina do porco.
Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética, sendo as reacções alérgicas muito raras em virtude da sua grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina. No nosso país, só se encontra disponível a concentração U-100 (1ml=100 unidades).
Por que é que a insulina é necessária para o tratamento da diabetes tipo 1?
Porque, nos doentes com a diabetes tipo 1, as células do pâncreas que produzem insulina foram destruídas, motivo pelo qual este produz muito pouca ou nenhuma insulina. Como sem insulina não se pode viver, a administração de insulina produzida laboratorialmente é um tratamento imprescindível de substituição.
Como se usa a insulina?
O tratamento com insulina é feito através de injecção na gordura por baixo da pele (subcutânea). Até à data o desenvolvimento científico ainda não conseguiu produzir nenhuma forma de insulina que possa ser tomada por via oral, uma vez que o estômago a destrói automaticamente.
Por ser injectável, é necessário que o doente tenha atenção ao modo como a manuseia. Deve ter os seguintes cuidados:
  • Colocar a cápsula de protecção sem tocar na agulha após a utilização da seringa/caneta;
  • Guardar a seringa/caneta à temperatura ambiente;
  • Não utilizar a seringa ou a agulha da caneta se estas estiverem rombas;
  • Não limpar a agulha com álcool;
  • Manter a cápsula quando inutilizar a seringa/caneta e ter muito cuidado na sua eliminação.
Onde se injecta a insulina?
A insulina pode ser injectada na região abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas. A parede abdominal é o local de eleição para uma mais breve absorção da insulina de acção rápida. Deve ser usada para as injecções realizadas durante o dia. A coxa utiliza-se preferencialmente para as injecções de insulina de acção intermédia, sendo a região das nádegas uma boa alternativa.
Deve proceder-se à rotação dos locais onde se administra a injecção, de forma a evitar a formação de nódulos, porque estes podem interferir na absorção da insulina.
Como conservar a insulina?
Os frascos de insulina, as cargas instaladas nas canetas e as seringas pré-cheias descartáveis em uso devem ser conservadas à temperatura ambiente, mas afastadas da luz solar directa e de locais como a televisão e o porta-luvas do carro.
Que problemas podem surgir no decurso do tratamento de um doente diabético?
  • Hipoglicemia: baixo valor de açúcar no sangue;
  • Hiperglicemia: elevado valor de açúcar no sangue, que significa que a diabetes não está bem controlada;
  • Cetoacidose: situação provocada pelo excesso de corpos cetónicos no organismo. Os corpos cetónicos são substâncias que acidificam o sangue e que podem conduzir ao coma cetoacidótico, pondo a vida do doente em risco.
O que significa ter a diabetes controlada?
Significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com factores como a idade, tipo de vida, actividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.
Convém lembrar-se de que os valores do açúcar no sangue variam ao longo do dia, motivo pelo qual se fala em limites mínimos e limites máximos.
Como se sabe se a diabetes está controlada?
Diariamente, é o doente que se analisa e vigia a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes ao sangue e à urina em sua casa.
São justamente os testes realizados diariamente pelo doente que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.
Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia.
Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Se não, o doente deve consultar o médico assistente.
Como prevenir a diabetes?
  • Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos;
  • Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros;
  • Bons hábitos alimentares;
  • Prática de exercício físico;
  • Não fumar;
  • Cuidar da higiene e vigilância dos pés.
Que direitos têm os doentes diabéticos?
  • Um plano de tratamento e objectivos de autocuidado
  • Aconselhamento personalizado sobre a alimentação adequada;
  • Aconselhamento sobre a actividade física adequada;
  • Indicação sobre a dosagem e o horário da medicação e ainda sobre como adequar as doses com base na autovigilância;
  • Indicação sobre os objectivos para o seu peso, glicemia, lípidos no sangue e tensão arterial;
  • Análises laboratoriais regulares para controlo metabólico e do seu estado físico
  • Revisão, pela equipa de saúde, dos resultados da autovigilância e do tratamento corrente, em cada contacto com profissionais da equipa;
  • Análise, revisão e alteração, sempre que necessário, dos objectivos de autovigilância;
  • Ajuda e esclarecimento;
  • Educação terapêutica contínua;
  • Verificação, pela equipa de saúde, do seu controlo;
  • Verificação, se necessário, do peso, tensão arterial e dos lípidos sanguíneos;
  • Avaliação anual dos olhos e da visão, dos pés, da função renal, dos factores de risco para doenças cardíacas, das técnicas de autovigilância e de injecção e dos hábitos alimentares;
  • Tratamento de problemas especiais e emergências
  • Conselhos e cuidados às mulheres que desejem engravidar;
  • Acompanhamento especializado na gravidez e no parto;
  • Conselhos e cuidados a crianças, adolescentes e às suas famílias;
  • Acessibilidade adequada a cuidados especializados, em caso de problemas nos olhos, nos rins, nos pés, nos vasos sanguíneos ou no coração;
  • Acompanhamento adequado à pessoa idosa;
  • Educação terapêutica para o doente e para a sua família
  • O porquê da necessidade de controlo dos níveis de glicemia;
  • Como controlar os níveis de glicemia através de uma alimentação adequada, actividade física adaptada e tratamento com medicação oral e/ou insulina;
  • Como avaliar o seu controlo através de testes de sangue e/ou urina (autovigilância) e actuar face aos resultados (autocontrolo);
  • Quais os sintomas de aumento dos níveis de glicose e acetona, como prevenir e tratar;
  • Quais os sintomas de descida do nível de glicose, como prevenir e tratar;
  • O que fazer quando está doente;
  • Prevenção e tratamento das possíveis complicações crónicas, incluindo lesões nos olhos, nos rins, nos pés e o endurecimento das artérias;
  • Como lidar com o exercício físico, com as viagens e com outras situações sociais ou de lazer;
  • Como actuar perante eventuais problemas de emprego, serviço militar, seguros, licença de condução automóvel, entre outros;
  • Informação sobre o suporte social e económico existente, para que o diabético tenha os direitos sociais (emprego, reforma e outros) que as suas capacidades e habilitações possibilitem, sem qualquer tipo de restrição ou discriminação.
Quais são os deveres dos diabéticos?
Para que a vida se prolongue e a diabetes não seja um impedimento ao usufruto de uma vida normal, o diabético deve:
  • Assumir comportamentos que o conduzam permanentemente à obtenção de ganhos de saúde e que contribuam para o seu autocontrolo
  • Predispor-se a aprender continuamente a controlar a sua diabetes;
  • Tentar ser autónomo, praticando o seu próprio autocontrolo;
  • Examinar regularmente os pés;
  • Tentar seguir um estilo de vida saudável;
  • Controlar o peso;
  • Praticar actividade física regular;
  • Evitar o tabaco;
  • Esclarecer-se sobre quando e como contactar a equipa de saúde em situação de urgência ou de emergência;
  • Contactar a equipa de saúde sempre que sinta necessidade e até que fique esclarecido sobre as questões que o preocupam;
  • Entrar em contacto e conversar com outras pessoas que tenham a diabetes e com associações locais ou nacionais de doentes diabéticos;
  • Assegurar que a família, amigos e colegas de trabalho se encontram esclarecidos sobre as necessidades da diabetes;
  • Controlar diariamente a sua diabetes, desempenhando um papel activo no seu tratamento
  • Fazer a sua autovigilância e adaptando o tratamento aos resultados – autocontrolo;
  • Tomar correctamente a medicação;
  • Examinar e cuidar dos pés;
  • Contactar a equipa de saúde se verificar que está mal controlado ou se apresentar hipoglicemias graves, ou ainda se surgirem sintomas de infecção;
  • Evitar desperdícios dos recursos comuns existentes, de forma a contribuir para a manutenção e, se possível, aumento dos seus direitos
  • Cumprir o plano de vigilância e terapêutica;
  • Usar correctamente os materiais de controlo e tratamento;
  • Usar adequadamente os serviços de saúde;
  • Utilizar correctamente o Guia do Diabético disponibilizado pelo seu médico assistente e ajudar os outros diabéticos a fazê-lo também.
Em suma, olhe por si próprio, ajude os profissionais a cuidar bem da sua saúde, seguindo conselhos tão simples e práticos como os seguintes:
  • Pratique exercício com regularidade;
  • Não fume;
  • Vigie bem a sua diabetes;
  • Não engorde;
  • Controle a tensão arterial;
  • Mantenha os níveis de colesterol e triglicéridos controlados e dentro dos parâmetros aconselhados pelos médicos.
Onde procurar ajuda?
No centro de saúde da sua área de residência, onde deverá contactar o seu médico de família.

Algumas perguntas (doença celiaca)


O que é a doença celíaca?
A doença celíaca é uma doença crónica do intestino que surge em pessoas com predisposição genética para desenvolver a doença quando ingerem alimentos contendo glúten. A ingestão do glúten vai provocar alterações típicas no intestino que impedem a absorção normal dos nutrientes, e é característico da doença o desaparecimento dessas lesões quando se faz uma dieta isenta de glúten.

O que é o glúten?
O glúten é uma proteína que existe na composição de alguns cereais (trigo, centeio, cevada e aveia). O arroz e o milho não possuem glúten. O glúten funciona como um factor de agressão para o intestino em pessoas geneticamente predispostas, causando um achatamento da mucosa intestinal com atrofia das vilosidades intestinais e diminuição da sua capacidade de absorção (em condições normais as vilosidades do intestino delgado são o principal local onde os nutrientes necessários ao organismo são absorvidos).

A doença celíaca é frequente?
"A doença celíaca foi considerada durante muito tempo uma doença rara porque o número de casos diagnosticados na população era baixo.
Actualmente, com a melhoria dos métodos de diagnóstico e o conhecimento de que há diferentes formas de apresentação da doença, com um leque de sintomas variável, sabe-se que na população adulta cerca de 1 em cada 300 indivíduos pode estar afectado pela doença."

A doença celíaca afecta mais os homens ou as mulheres?
Embora o número de casos sintomáticos seja mais elevado no sexo feminino, os estudos epidemiológicos em que se faz o rastreio da doença na população independentemente da presença de sintomas, mostram que a doença celíaca atinge de igual modo os dois sexos.

A doença celíaca é hereditária?
Sim, a doença celíaca é uma doença genética embora se desconheça ainda a sua forma de transmissão. A probabilidade de aparecimento da doença em familiares de primeiro grau de um doente celíaco é de cerca de 10%.

Quais são os sintomas característicos da doença celíaca?
"Sendo a doença celíaca uma doença em que há uma diminuição da capacidade de absorção de nutrientes no intestino, os seus sintomas são comuns a outras doenças causadoras de má absorção intestinal.
Os sintomas típicos no adulto são a diarreia crónica (aumento da frequência diária das dejecções com diminuição da consistência das fezes), a esteatorreia (fezes com um teor aumentado de gordura, volumosas, com cor clara e brilhante, mal cheirosas e moles) e a perda de peso (resultante de uma inadequada absorção de nutrientes).
O quadro clínico na criança tem algumas características próprias.
Actualmente sabe-se que na maioria dos adultos com doença celíaca não tratada apresenta formas atípicas, com queixas transitórias e sintomas extra intestinais nem sempre associados à sua verdadeira causa.
Assim, além da diarreia e esteatorreia que podem ser pouco aparentes e intermitentes, pode haver obstipação (prisão de ventre) alternando com diarreia, cólicas abdominais e distensão do abdómen (barriga inchada), dores ósseas e cãibras por perda de cálcio, magnésio e potássio, edema (inchaço) das extremidades dos membros, tremores, formigueiros e diminuição da sensibilidade das mãos e dos pés, alterações do ciclo menstrual, pele seca, unhas quebradiças, aftas, etc. A perda de peso, característica da forma clássica, pode não estar presente nas formas atípicas."

Como se manifesta habitualmente a doença celíaca nas crianças?
"Os sintomas da doença celíaca podem aparecer em qualquer altura após a introdução de alimentos com glúten na dieta. O seu aparecimento nas crianças é mais frequente nos dois primeiros anos de vida mas a doença pode manter-se assintomática até à idade adulta.
Os sintomas mais frequentes na criança pequena são a diarreia crónica, a irritabilidade, os vómitos, o atraso de crescimento e o aumento de peso insuficiente. À observação temos uma criança de baixa estatura, emagrecida, com o abdómen distendido, pele seca e pálida, olheiras e semblante triste. As suas fezes são ricas em gordura (que não é absorvida), brilhantes, mal cheirosas, volumosas e pouco consistentes.
A introdução da dieta sem glúten (após confirmação do diagnóstico) leva a uma rápida modificação do aspecto das fezes, aumento de peso, com melhoria do estado geral e do humor."

Porque é que se desaconselha a administração de papas com glúten antes dos 6 meses de idade?
Sabendo-se que algumas crianças são susceptíveis à acção do glúten e poderão desenvolver quadros graves de diarreia alguns meses após a sua introdução na alimentação, procura-se com esta medida «atrasar» essa eventualidade para um pouco mais tarde, numa idade em que as consequências de uma diarreia arrastada não sejam tão graves como sucede nos primeiros meses de vida. A introdução do glúten deve fazer-se a partir dos seis meses porque se a protelarmos muito mais poderemos originar quadros tardios, que são mais atípicos e de diagnóstico difícil.

Como se diagnostica a doença celíaca?
"O diagnóstico da forma clássica de doença celíaca, particularmente nas crianças, faz-se com base no quadro clínico típico (atraso de crescimento, perda de peso, distensão abdominal, diarreia crónica). Perante estes sintomas o médico pede análises ao sangue e às fezes que confirmam a existência de má absorção e pode pesquisar a existência de anticorpos no sangue característicos da doença celíaca.
Se estes exames forem positivos a probabilidade de se tratar de uma doença celíaca é elevada mas o diagnóstico necessita sempre de ser confirmado através de biópsia ao intestino para identificação das lesões intestinais típicas da doença (achatamento da mucosa do intestino). Para um diagnóstico correcto a biópsia do intestino tem de ser repetida seis a nove meses após o início da dieta sem glúten, para constatar a melhoria das lesões da mucosa intestinal, como é característico desta doença; se as alterações da mucosa não tiverem melhorado com uma dieta sem glúten não estamos perante uma doença celíaca."

Uma vez que a biópsia intestinal é um método invasivo para o doente, não se pode iniciar o tratamento com base na suspeita clínica ou na positividade das análises, apenas para ver se as queixas desaparecem?
"Não, é incorrecto iniciar uma dieta isenta de glúten sem confirmar previamente o diagnóstico de doença celíaca, uma vez que este diagnóstico implica alterações profundas dos hábitos alimentares que devem ser mantidas para o resto da vida.
É fundamental que a primeira biópsia seja realizada antes de retirar o glúten da alimentação para poder detectar as lesões típicas da doença e confirmar a sua melhoria depois do tratamento."

Como se faz o rastreio da doença celíaca e a quem deve ser feito?
"Actualmente o rastreio da doença celíaca faz-se através da pesquisa de anticorpos específicos no sangue, que podem sugerir a existência da doença mesmo na ausência de sintomas. Estes testes não substituem a biópsia do intestino na confirmação do diagnóstico.
O rastreio deve ser feito nas situações em que há um risco potencial de existência da doença, como nos familiares em primeiro grau de doentes celíacos, nos indivíduos que sofrem de doenças auto imunes (diabetes, tiroidite auto imune, hepatite auto imune, etc.), na anemia arrastada por perda de ferro sem causa aparente, na síndrome do cólon irritável, na síndrome de Down (mongolismo ou trisomia 21), etc.
A confirmação por biópsia intestinal deve ser proposta se o rastreio for positivo.
A população geral é considerada de baixo risco, pelo que o rastreio sistemático de grupos populacionais é apenas realizado em estudos epidemiológicos."

Quais são as complicações da doença celíaca?
"As complicações que surgem na doença celíaca estão associadas a uma exposição prolongada ao glúten, quer resulte de um diagnóstico tardio, quer pelo incumprimento da dieta.
Entre as complicações possíveis as mais graves são o aumento da probabilidade de ocorrência de doenças malignas (linfoma, carcinoma do esófago ou do intestino) e o hipoesplenismo (atrofia do baço com a consequente diminuição das defesas contra certas infecções graves).
Quando o diagnóstico de doença celíaca é precoce e a dieta rigorosa as complicações são extremamente raras (a mortalidade dos doentes cujo diagnóstico foi feito na infância e cumprem a dieta isenta de glúten é idêntica à da população geral)."

Qual é o tratamento da doença celíaca?
"O tratamento de base da doença celíaca é a dieta sem glúten, tão rigorosa quanto possível, e mantida durante toda a vida.
Numa dieta sem glúten devem ser excluídos todos os alimentos que contém trigo, cevada, aveia e centeio. Os únicos cereais permitidos são o milho e o arroz.
Para que a dieta seja rigorosa o doente deve analisar sempre a composição dos alimentos, particularmente os de confecção industrial. Deve ainda ter presente que alguns medicamentos têm na sua composição excipientes que contêm glúten.
Para ajudar os doentes a identificar os alimentos comercializados que estão isentos de glúten a Associação de Doentes Celíacos fornece listas actualizadas destes alimentos.
Na fase inicial do tratamento, se a desnutrição for importante, alguns doentes necessitam de suplementos de vitaminas e minerais.
Embora seja raro, nas formas mais graves da doença poderá haver necessidade de instituir tratamentos complementares da dieta."

A dieta sem glúten só está indicada aos doentes com sintomas?
"Não. A dieta sem glúten deve ser feita por todas as pessoas a quem foi diagnosticada a doença, mesmo se a forma de apresentação é atípica ou silenciosa (sem sintomas).
A necessidade de tratamento dos doentes assintomáticos baseia-se na existência de alterações inflamatórias mesmo quando não há sintomas, com aumento do risco das complicações malignas nas formas latentes ou silenciosas."

Obesidade

A OBESIDADE                                                             

Doença dispendiosa, de alto risco, crónica e reincidente; esta doença afecta milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive crianças. Embora não seja nova, ela assume agora proporções epidémicas e está a aumentar exageradamente. Esta tendência é, sem dúvida, alarmante em virtude das doenças associadas à obesidade.

A obesidade é...
Excesso de gordura corpórea.
Doença crónica multifactorial e que requer tratamento médico.
Consequência do excesso de ingestão de gordura proveniente dos alimentos.
Doença epidémica.
É condição associada, sem dúvida a outras doenças e à diminuição da qualidade de vida.
Significativa grande responsabilidade pelos custos do sistema de saúde.


O que é ser Obeso
Ser obeso é ter uma doença crónica ocasionada por um excesso de gordura corpórea. A obesidade é identificada quando há um desequilíbrio energético, ou seja, a energia ingerida (a quantidade de calorias que nós ingerimos) é maior do que a energia dispendida (número de calorias usadas pelo nosso metabolismo, durante actividade física e na formação de calor) por um longo período de tempo. De acordo com as tabelas da Metropolitan Insurance Life Company (Nova York, EUA), uma pessoa é considerada obesa quando seu peso for no mínimo 20% maior do que o considerado ideal para sua altura.
Será que eu sou obeso?
Durante muito tempo, a medicina procurou um padrão de cálculo que pudesse ser utilizado em todo o mundo e que permitisse identificar, da melhor forma possível, o ponto a partir do qual uma pessoa pode ser considerada com sobrepeso e obesa. Existe uma série de medidas de peso, porém o Índice da Massa Corporal (IMC), atendendo à sua facilidade de interpretação, é hoje aceite como padrão de medida internacional. A sua forma de cálculo é a divisão do peso (em kg) da pessoa pela sua altura, elevada ao quadrado (em m²).
CATEGORIA IMC
Abaixo do Peso Abaixo de 20
Peso Normal 20 - 24,9
Sobrepeso 25,0 - 29,9
Obeso 30,0 - 39,9
Obeso Mórbido 40 e acima
Distribuição Regional de Gordura
Embora o total de gordura no nosso corpo seja importante, é mais relevante ainda, saber onde ela está localizada. A gordura depositada na região abdominal (andróide) acarreta mais riscos à saúde do que se ela estiver concentrada em outra parte do corpo, como região dos quadris e coxas (ginóide). Uma medida que é comum ser usada na prática médica para avaliar os risco de saúde é a Relação Cintura:Quadril.
Mulheres com cintura:
Homens com cintura:
quadril > 0,80 = Risco
quadril > 1,00 = Risco
Muitos especialistas utilizam, conjuntamente, os métodos IMC e cintura:quadril, para avaliar com mais segurança os risco de saúde do paciente. Cabe destacar, que outros autores têm aceite que a simples circunferência abdominal maior que 95 cm é representativa de risco elevado de doenças.
Outras formas de medir o peso
Medir a gordura corpórea serve para avaliar o risco de doenças relacionadas a ela e, para os pacientes obesos, determinar se é necessário iniciar um tratamento, qual será e por quanto tempo. Dentre as medidas destacam-se:
Técnicas laboratoriais para medição da gordura corpórea (como a Tomografia Comptorizada)
Técnicas não-laboratoriais para medição da gordura corpórea (medições das pregas cutâneas e teste de bio-impedância)

Causas da Obesidade
A sociedade constantemente discrimina a pessoa obesa, como se ela fosse a única responsável por seu estado. Mas isso não condiz com a realidade. Na verdade, o obeso nada mais é do que vítima de uma série de factores orgânicos, ambientais e psicossociais que têm implicações fortes para o controle da doença, caracterizada pelo excesso de gordura corpórea. Considerar isoladamente um ou outro factor não é o ideal, quando o objectivo é perder peso e manter-se dentro desse controle. Sendo assim, precisamos analisar todo o contexto, agindo sobre cada um dos pontos que interferem no sucesso dos programas de reeducação alimentar e de mudança de comportamento.
Factores Orgânicos
Muito se fala que algumas pessoas têm maior ou menor predisposição a ganhar peso, independente de factores ambientais e psicossociais. Mas será que isso é verdade? A genética exerce tal influência sobre as pessoas, quando falamos de obesidade? Sim, em grande parte. Estudos demonstram que filhos de pais obesos apresentam uma maior predisposição de se tornarem obesos. Pesquisadores descobriram que a herança genética da gordura intra-abdominal excessiva pode ser de 60% ou mais, embora ainda não se saiba o nível exacto do risco de se tornar obeso, se os pais sofrem desse problema.
A obesidade e os tipos de genes
Para compreender melhor essa relação, vale a pena lembrar que os seres humanos possuem 23 pares de cromossomas e que em cada um deles há milhões de genes, que determinam as características herdadas pelos pais. Excepto os cromossomas que estabelecem o sexo, cada pessoa terá duas cópias de cada cromossoma, onde se conclui que terá também duas cópias de cada gene. Quando falamos de obesidade, duas categorias estão envolvidas na modulação genética, os genes necessários e os de susceptibilidade. Os primeiros referem-se aos genes que causam a obesidade, representados por um número bastante restrito de síndromes genéticas raras, como as síndromes de Bardet-Biedl, de Prader-Willi e de Lawrence-Moon, que incluem essa doença em características que são sua marca registada. Já os de susceptibilidade, aumentam o risco dela ocorrer. Obesidade é uma doença poligenética, ou seja, causada por genes que trabalham juntos, cada um exercendo um pequeno efeito na quantidade e distribuição da gordura corpórea.
Factores relativos ao sexo
O armazenamento da gordura corpórea está relacionado ao sexo. Nas mulheres, acredita-se que a tendência esteja associada à sua capacidade de ter filhos. Após a puberdade, as mulheres abrem seu apetite para gorduras, muito mais do que os homens, sem contar que quaisquer calorias em excesso ingeridas pelas mulheres tenham muito mais hipóteses de serem utilizadas para o aumento da gordura corpórea. Para os homens, essa relação não ocorre da mesma maneira, pois o excesso de calorias têm mais probalidades de serem canalizadas para a produção de proteínas.
Factores psicossociais da obesidade
De uma maneira igualmente severa, as pressões psicossociais atingem o obeso com a mesma ou maior intensidade do que as doenças associadas. O estigma do obeso se alimentar excessivamente em resposta a sentimentos negativos, como frustração, tristeza ou insegurança, está a mudar; pelo menos um pouco. Em muitos países industrializados ocidentais a obesidade é ainda um estado físico que carrega um estigma de preconceito. As pessoas obesas são geralmente consideradas não atraentes fisicamente e possuidoras de uma série de falhas de carácter. Recentemente, a psicopatologia nos indivíduos obesos tem mudado. Já existe forte tendência por parte da classe médica de entender a obesidade como sendo consequência - e não a causa - do preconceito e da discriminação a que as pessoas com sobrepeso estão sujeitas.
A psicopatologia da obesidade
A teoria psicogénica da obesidade sustentou, por bom período, que a obesidade resultava de um distúrbio emocional na qual a ingestão de alimento, particularmente a ingestão excessiva de carboidratos e gordura, aliviava a ansiedade e a depressão. Assim, o médico transferia a responsabilidade do fracasso no tratamento ao paciente, já que a origem da doença residia em perturbações emocionais, o que, subentendia-se, de responsabilidade do paciente.
Problemas velhos conhecidos
  • Não iniciar tratamento
  • Abandono do tratamento
  • Fracasso na perda de peso
  • Depressão
  • Recuperação de peso após o tratamento
Mudando os paradigmas: novas explicações dos problemas da obesidade surgiram, como explicações biológicas convincentes sobre a etiologia da obesidade; avaliações sistemáticas da natureza e extensão dos problemas psicológicos das pessoas obesas; apreciação de até que grau a maioria dos problemas emocionais são causados pelo preconceito e pela discriminação experimentada pelos obesos.
Distúrbios da alimentação
Bulimia
A Bulimia é um distúrbio alimentar caracterizado por episódios de ataques de fome seguidos imediatamente por vómitos auto-induzidos, depressão e pensamentos auto-depreciativos. Ela ocorre mais frequentemente em pessoas jovens entre 14 e 30 anos. A Bulimia ocorre em pessoas obesas e de peso normal e sua prevalência está a aumentar, porém, apenas 5% dos obesos são bolímicos.
Distúrbio do Comer Compulsivo
O distúrbio do comer compulsivo (Binge Eating Disorder - BED) é uma condição psicológica reconhecida, e que ocorre com maior frequência em obesos. O indivíduo alimenta-se descontroladamente, consome grande quantidade de comida por um período curto de tempo, bastante maior do que o necessário para a maioria das pessoas, e é acompanhada de uma sensação de falta de controle. O ataque de fome (compulsão) incide em aproximadamente 30% das pessoas obesas que procuram auxílio médico. A principal característica é a ocorrência de episódios de compulsão descontrolada, predominantemente, no final da tarde ou durante a noite. Observou-se que as pessoas obesas que sofrem do distúrbio do comer compulsivo têm maiores mudanças de humor e mais psicopatologias do que os obesos que não sofrem deste distúrbio. Ainda as pessoas obesas que sofrem do distúrbio do comer compulsivo têm também maior probabilidade de abandonar tratamentos comportamentais de controle de peso.
Sociedade: difícil convivência
Entre tanta discriminação e preconceito, é muito difícil manter uma auto-imagem positiva, sem depressão e outras perturbações. Estudos realizados mostram que os indivíduos obesos podem parecer "alegres e despreocupados no convívio social, mas sofrem com sentimentos de inferioridade, são dependentes, passivos e têm profunda necessidade de serem amados". O desprezo ao obeso e a preocupação com a magreza começam na infância. A maioria de nós sabe que o obeso é alvo de preconceito e discriminação, mas poucos percebem até onde isto chega. A discriminação contra pessoas obesas é tão generalizada quanto o preconceito. Estatísticas mostraram que as pessoas obesas apresentam menor probabilidade de completar o mesmo número de anos escolares, de serem aceitas em escolas de prestígio e ingressar em profissões desejáveis. O problema não termina com a Universidade. As pessoas obesas enfrentam discriminação ao procurar emprego e no ambiente de trabalho, onde encontram dificuldade de colocação no mercado de trabalho. Estudos apontaram que empregadores consideram indivíduos com peso excessivo menos desejáveis para contratação do que indivíduos com peso normal, mesmo quando acreditam que os dois grupos possuem as mesmas habilidades.
Conceitos de Biologia em relação às gorduras
O papel das células
O corpo humano é formado por mais de 75 trilhões de células, unidades microscópicas, mas que contêm estruturas complexas que desempenham funções vitais. Para isso, elas precisam de energia, que provém das calorias absorvidas na alimentação. Dentro desse rol gigantesco de células, algumas são especializadas, desenvolvendo actividades específicas, como as células de absorção e as células gordurosas (adipócitos), imprescindíveis para a digestão e o armazenamento da gordura, respectivamente.
Células de absorção
Uma vez terminada a digestão dos alimentos, estes são absorvidos pelo organismo. No caso das gorduras, esse processo é feito no interior do intestino delgado, que apresenta protuberâncias minúsculas, chamadas de vilosidades, que participam da absorção dos nutrientes. Há também as microvilosidades, que são protuberâncias muito diminutas que contribuem para o transporte dos nutrientes, como as gorduras, da luz do intestino para a corrente sanguínea.
Células gordurosas
São chamadas de células gordurosas ou adipócitos, aquelas que armazenam gorduras dentro do corpo e as liberam quando for necessário. A energia é armazenada na forma de triglicerideos, que são moléculas de lipídios compostas basicamente por gordura.

As células gordurosas armazenam energia na forma de triglicerídeos

Distribuição anatómica da gordura
Em pessoas com peso normal, a maior parte do tecido adiposo está localizado sob a pele, actuando como protector contra a perda de calor, o que é chamada de gordura subcutânea. Os indivíduos com sobrepeso ou obesos, além da gordura subcutânea, carregam tecido adiposo na região abdominal, o que representa uma importante reserva de energia, chamada de tecido adiposo visceral, mas que contribui para muitas das doenças associadas à obesidade.
Gordura subcutânea + tecido adiposo visceral = gordura abdominal
Maçãs ou peras
Quando o tecido adiposo se acumula predominantemente na região abdominal, há um predomínio da gordura visceral e diz-se que a pessoa apresenta obesidade do tipo andróide ou tipo "maçã". Se a tendência é acumular gordura na região dos quadris e coxas, a obesidade é classificada como ginóide ou tipo "pera". (Ver Distribuição Regional de Gordura em "O que é ser obeso")
 
Observe-se no espelho com atenção e identifique a qual grupo a que o(a) senhor(a) pertence. Cabe lembrar que as pessoas com o perfil em formato de maçã têm mais facilidade de desenvolver outras doenças, como problemas cardiovasculares, pois a gordura visceral, ao contrário da subcutânea, dirige-se directamente para o fígado antes de circular até os músculos, podendo causar resistência à insulina, levando à hiperinsulinémia, que são níveis elevados de insulina, aumentando assim o risco de diabetes mellitus tipo II, hipertensão e doenças cardiovasculares.
Balanço Energético
Entende-se por ganho de peso, o acumulo de gordura corpórea, ou seja, quando uma pessoa ingere uma quantidade maior de calorias do que a que ela vai gastar em sua actividade física diária, dando origem a um equilíbrio energético positivo. A obesidade ocorre exactamente quando a ingestão da energia excedeu o seu gasto por um longo período de tempo.
Podemos definir então, três fases do ganho de peso:
Etapa ideal ? quando a ingestão de energia equivale ao gasto, mantendo o peso inalterado.
Fase dinâmica ? a ingestão de energia é maior que o gasto, levando ao aumento do peso, em um processo que pode durar anos, se a pessoa continuamente tenta perder peso.
Obesidade estática ? ocorre quando a ingestão de energia e o seu gasto se igualam, mas num nível mais alto do que antes. Ao tentar perder o excesso de peso, a pessoa depara-se com um problema que antes não havia, que é a diminuição do índice metabólico (isto é, do gasto de energia do corpo), visto que o organismo tenta manter seu novo peso.
Taxa Metabólica ou Termogénese
O total de energia ingerida por uma pessoa é composta de todos os alimentos e dos líquidos com valor calórico que ela consome. Já a energia gasta pode ser dividida em três tópicos:
Índice Metabólico Basal (IMB) - que é a energia gasta para a manutenção da vida
Termogénese da dieta - aumento no IMB necessário para a digestão
Actividade física
A actividade física para uma pessoa que é relativamente sedentária pode contribuir com 20 a 30% do total diário de dispêndio de energia, enquanto que para aquela que é muito ativa fisicamente, essa contribuição gira em torno de 40 a 50%.

Factores Ambientais
Excluindo a propensão genética, alguns factores ambientais podem frustrar as tentativas de manter um programa de controle do peso. A modernização é um deles, com toda a gama de recursos tecnológicos que, se por um lado possibilitam mais conforto, acabam por reforçar o sedentarismo. Por outro lado, a grande avalanche de produtos saborosos e fáceis de confeccionar, bastante acessíveis e económicos, que bombardeados a todo instante na sociedade, seja em revistas, televisão ou out-doors, numa simulação tão perfeita de suas qualidades, que é quase possível sentir o cheiro e o gosto apenas em ver as imagens. Outros aspectos típicos da vida nas grandes metrópoles exercem considerável influência nesse processo rumo à obesidade. É certo que a população urbana é mais alta e mais pesada, totalizando um IMC maior do que o encontrado na população rural, que pelas próprias características profissionais, movimenta-se e exercita-se diariamente. Seja qual for a opção, perder peso exige uma real mudança de comportamento e nos hábitos alimentares, para reverter um quadro que acaba por se tornar estável e que só contribui para o aumento do problema.

Obesidade no Mundo
O mundo vive hoje a epidemia da obesidade, uma doença que cresce em proporções alarmantes. Apesar dos poucos dados epidemiológicos disponíveis, a maioria dos países desenvolvidos já identificou o problema e estão, juntos, dimensionando a eclosão desta doença.
 
               Estimativa da prevalência geral do sobrepeso e da obesidade em vários países
Nos Estados Unidos, a prevalência da obesidade dobrou nos últimos 20 anos. Hoje, 30% da população tem sobrepeso, 15% são obesos e cerca de 3% obesos com muito risco. Na Europa, apesar de números mais "leves", a tendência apresenta-se a mesma. Ela só perde para o fumo, como propulsora de doenças e mortes prematuras. A obesidade faz mortes. Estima-se que, nos Estados Unidos, a obesidade e demais doenças associadas matam 300 mil pessoas/ano.
 
            Mortes/ano nos Estados Unidos (em milhares) que poderiam ser evitadas com prevenção e/ou tratamento.
Obesidade em homens e mulheres

Destacamos aqui alguns países, que hoje reúnem dados sobre obesidade, nos quais podemos observar que os homens compreendem a maioria dos casos de obesos e obesos de risco (IMC acima de 30).
 
A Organização Mundial da Saúde reúne informações económicas, psicossociais e de saúde que reafirmam a problemática: caminhamos para uma epidemia assustadora no século XXI! Segundo ela, quase 10% dos orçamentos de saúde em países ocidentais estão hoje relacionados à obesidade.


A transição alimentar
Os padrões nutricionais sofrem alterações a cada século, resultando em mudanças na dieta dos indivíduos, correlacionando também modificações económicas, sociais, demográficas e relacionadas à saúde. O século XX foi marcado por uma dieta rica em gorduras (principalmente as de origem animal), açúcar e alimentos refinados, e reduzida em carbohidratos complexos e fibras. Segundo pesquisadores, o predomínio desta dieta tem contribuído para o aumento da obesidade, em conjunto ao declínio progressivo da atividade física dos indivíduos.

Dermatite Herpetiforme

Dermatite Herpetiforme

Pode ser considerada uma variante da Doença Celíaca, onde o paciente apresenta lesões de pele pruriginosas apresentando também intolerância permanente ao glúten.

A Dermatite Herpetiforme , ou doença de Duhring-Brocq, é uma doença cutânea crônica e benigna que se caracteriza por uma sensação de queimadura intensa e coceira.

Crença : A Doença Celíaca e a Dermatite Herpetiforme não têm ligação uma com a outra.

Realidade : Os pacientes com Dermatite Herpetiforme podem apresentar sinais ou sintomas da Doença Celíaca ou não , mas podem apresentar uma biópsia intestinal positiva.

Uma dieta sem glúten pode ajudar a controlar a presença de erupções cutâneas presentes na Dermatite Herpetiforme.

Causas : Os fatores genéticos, o sistema imunológico e a sensibilidade ao glúten exercem um papel importante nesta doença. Porém a verdadeira causa ainda é desconhecida.

Incidência : A Dermatite Herpetiforme atinge tanto mulheres quanto homens, na proporção de uma pessoa em cada 100.000. Ela é mais comum em brancos do que em negros e rara na população japonesa. Ela inicia seu aparecimento com maior freqüência no fim das segundas e quartas décadas de vida.

Características : Cada nova lesão é avermelhada, saliente, mede habitualmente menos de um centímetro de diâmetro e contém uma vesícula ou bolha. Porém, se a lesão for coçada, uma crosta aparecerá na sua superfície. Além disso, a sensação de queimadura ou picada é diferente de uma coceira comum e pode ser sentida de 8 a 12 horas antes do aparecimento da lesão.

Regiões Afetadas : As regiões mais afetadas do corpo são os cotovelos, os joelhos, a nuca, o couro cabeludo, a parte superior das costas e as nádegas. O rosto e a borda dos cabelos podem também ser atingidos. O interior da boca é raramente afetado. As coceiras têm uma distribuição uniforme.

Diagnóstico : O diagnóstico é feito por biópsia de pele retirada próxima de uma lesão.

Anomalias Intestinais Associadas : A Biópsia do Intestino Delgado de um indivíduo portador da Dermatite Herpetiforme pode revelar alterações ou danos intestinais similares aos indivíduos atingidos pela Doença Celíaca (Enteropatia ao Glúten). Porém, estes danos e sintomas são geralmente menores nos portadores da Dermatite Herpetiforme que nos indivíduos portadores da Doença Celíaca. Os portadores de Dermatite Herpetiforme normalmente não apresentam distúrbios intestinais. Uma porcentagem porém, sofre de diarréias, "barriga d’agua", evacuação intensa ou câimbras intestinais. Caso os intestinos são fortemente atingidos, os indivíduos portadores da Dermatite Herpetiforme podem apresentar sinais de subnutrição.

Outros Sintomas Associados : Encontra-se uma incidência cada vez maior de: Anemias perniciosas (deficiência em vitamina B12) , doenças ligadas à tireóide, e Linfomas intestinais.

Tratamento : Trata-se a doença com uso de medicamentos e de um regime alimentar.

Medicamentos : Sulfonas. A resposta é espantosa. Em menos de 24 a 48 horas, a sensação de queimadura diminui e as coceiras começam a desaparecer. O objetivo é de administrar a menor dose possível suscetível de controlar as coceiras e sensações de queimadura. Este medicamento não faz nenhum efeito sobre as anomalias intestinais.

Regime Alimentar : Dieta isenta de glúten. A eliminação da ingestão do trigo, centeio, cevada, aveia e seus derivados, resulta em :

- Desaparecimento do ataque intestinal.
- Melhora da condição cutânea.
- Redução ou mesmo eliminação da necessidade de Sulfonas para controle das erupções cutâneas.
- Diminuição do risco de câncer.

Porém, não há cura. Mais pesquisas serão necessárias antes de se poder responder a todas as questões sobre as causas da Dermatite Herpetiforme e do elo existente entre as anomalias cutâneas e intestinais.

Doença auto imune da Tireóide X Doença Celíaca


Segundo a pesquisa relatada na revista médica Digestive Diseases and Sciences, um número significativo de pacientes que sofrem de doença auto-imune da tireóide também têm a doença celíaca.
A doença celíaca é uma desordem que faz com que o intestino reaja de forma anormal a presença do glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia, espelta, kamut, e outros grãos relacionados.
Os pesquisadores descobriram que há uma significativa melhora nos portadores destes problemas após 3 a 6 meses em uma dieta sem glúten.
A doença celíaca, que é por vezes referida como sprue celíaco, sprue, ou intolerância ao glúten, torna difícil para o organismo absorver adequadamente os nutrientes dos alimentos. Os sintomas incluem várias dificuldades intestinal como dor e inchaço, náuseas além de anemia, gases em demasia, formigamento dormência nas pernas, feridas na boca, que em alguns casos se alastram pelo esôfago, erupções cutâneas dolorosas nos cotovelos, joelhos e nádegas, cãibras, urticária, dores articulares / dores musculares e diarréia além de  prisão de ventre, entre outros. Quando não diagnosticada a tempo, poderá haver aumento no risco de contrair certos tipos de cânceres, como de estômago, por exemplo.
Os investigadores estudaram 172 pacientes com doença auto-imune da tireóide, usando dois grupos de controle, e descobriu que 3,4% dos pacientes com tireoidite auto-imune sofriam também da doença celíaca, embora não diagnosticados anteriormente ao teste. O estudo também descobriu que a doença celíaca pode desencadear outras doenças auto imunes. Em seus achados, eles escreveram: “Nós acreditamos que pessoas diagnosticadas com a doença celíaca podem sofrer de outros transtornos, e levar um tempo até que se consiga perceber a presença então, da doença celíaca”.
Talvez de maior importância para os pacientes com este problema na tireóide, os pesquisadores descobriram que os vários anticorpos que indicam a doença celíaca – auto-anticorpos específicos – irão desaparecer depois dos 3 a 6 meses de uma dieta isenta de glúten.
Os investigadores sugerem que os pacientes com tireoidite auto-imune “podem beneficiar de um rastreio da doença celíaca, de modo a eliminar os sintomas e limitar o risco de desenvolver outras doenças auto-imunes.”

Doença celiaca

ataque pánico
Os ataques de pânico na doença celíaca, de acordo com levantamento esses pacientes são mais propensos a sofrer los.
Os ataques de pânico ocorrem subitamente e sem aviso, com sintomas como taquicardia, tontura ou falta de ar e hiperventilação pulmonar, com aparências por um medo intenso.

depresión
No estudo avalia a relação entre doença celíaca e distúrbios de ansiedade e depressão, com particular atenção à função da tiróide e autoimunidade.
Envolvidos doença celíaca 36 adultos, dos quais 25 eram homens e 11 mulheres, com idade entre 18-64, onde o estudo da doença celíaca foi baseado na história clínica e sorologia para análise.
O grupo controle consistiu de 144 pessoas saudáveis da mesma idade e sexo, sem apresentar provas ou história de doença celíaca.
Diagnósticos psiquiátricos foram feitas com base no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a avaliação da tireóide pela palpação e ultra-sonografia de hormônios da tireóide.
O resultado foi um aumento na tireóide peroxidase anticorpos em pacientes celíacos que em indivíduos saudáveis, 11 dos 36 pacientes celíacos, contra 14 dos 144 indivíduos saudáveis.
Também pacientes com doença celíaca teve um maior número de transtornos depressivos e de ansiedade significativamente maior do que em pessoas saudáveis e ainda mais em pacientes celíacos com peroxidase tiroidiana.
Pacientes celíacos têm maior prevalência de ataques de pânico, ansiedade aguda ou transtornos depressivos e sua relação com doenças da tiróide é um fator de risco para estes que sofrem de transtornos psiquiátricos.

Doença celiaca

Doença celíaca


A doença celíaca (sprue não tropical, enteropatia por glúten, sprue celíaco) é uma perturbação hereditária em que uma intolerância do tipo alérgico ao glúten (uma proteína) provoca alterações no intestino que acarretam uma má absorção.
A doença celíaca é uma perturbação hereditária relativamente frequente, provocada por uma sensibilidade ao glúten, uma proteína que se encontra no trigo e no centeio e, em menor grau, na cevada e na aveia. Na doença celíaca, parte da molécula do glúten combina-se com anticorpos no intestino delgado, fazendo com que a mucosa intestinal, que normalmente tem uma forma de escova, se aplane. A superfície lisa resultante é muito menos capaz de digerir e de absorver nutrientes. Quando os alimentos que contêm glúten são eliminados, a superfície normal em forma de escova normalmente reaparece e a função intestinal volta a normalizar-se.
Sintomas
A doença celíaca pode começar em qualquer idade. Nos lactentes, os sintomas não aparecem até se ingerirem pela primeira vez alimentos que contenham glúten. A doença celíaca muitas vezes não provoca diarreia nem fezes gordas e uma criança pode ter só sintomas ligeiros, o que pode ser interpretado como a sintomatologia de simples queixas estomacais. No entanto, algumas crianças deixam de crescer com normalidade, sofrem distensão abdominal dolorosa e começam a eliminar fezes volumosas, de cor pálida e fétidas. Desenvolve-se anemia como consequência da deficiência de ferro. Se o valor das proteínas no sangue descer o suficiente, a criança retém líquidos e os tecidos podem inchar (edema). Em alguns, os sintomas não surgem até ao estado adulto.
As deficiências nutricionais resultantes da má absorção na doença celíaca podem provocar sintomas adicionais. Estes incluem perda de peso, dor nos ossos e sensação de formigueiro nos braços e nas pernas. Algumas pessoas que desenvolvem a doença celíaca na infância podem ter os ossos compridos e anormalmente arqueados. Dependendo da intensidade e da duração da perturbação, o doente pode ter valores baixos de proteínas, de cálcio, de potássio ou de sódio no sangue. Uma deficiência da protrombina, que é fundamental para o processo da coagulação sanguínea, facilita a formação de hematomas ou de hemorragias persistentes depois duma ferida. As jovens com doença celíaca podem sofrer de irregularidades menstruais.
Diagnóstico
O médico suspeita duma doença celíaca quando se vê perante uma criança com tez pálida, nádegas atróficas e ventre proeminente, apesar de ter uma alimentação adequada (sobretudo se existir uma história familiar da doença). Os resultados dos exames radiológicos e de laboratório podem ajudar o médico a fazer o diagnóstico. Por vezes é útil uma análise laboratorial que meça a absorção de xilose, um açúcar simples. O diagnóstico é confirmado por meio do exame duma biopsia que mostra um revestimento do intestino delgado achatado e a subsequente melhora do mesmo depois de deixar de ingerir produtos com glúten.
Tratamento
Os sintomas podem surgir até pela ingestão de pequenas quantidades de glúten, pelo que este deve ser totalmente excluído da dieta. O glúten é tão amplamente utilizado nos produtos alimentares que as pessoas com este problema precisam de listas detalhadas de alimentos a evitar e o conselho dum especialista em dietética. O glúten encontra-se, por exemplo, em produtos comerciais como sopas, molhos, gelados e cachorros quentes.
Por vezes, as crianças gravemente doentes, no momento do diagnóstico, precisam dum período de alimentação por via endovenosa. Isto raramente é necessário no caso dos adultos.
Algumas pessoas não respondem à retirada do glúten ou fazem-no muito pouco. Isto pode ser devido ao facto de o diagnóstico ser incorrecto ou então de a afecção ter entrado numa fase sem resposta. Se acontecer a última hipótese, os corticosteróides podem ser úteis.
Algumas pessoas com esta afecção, que tenham evitado o glúten durante muito tempo, podem tolerar a sua reintrodução na alimentação. Pode ser razoável tentar reintroduzir o glúten, mas, se os sintomas reaparecerem, este deve ser retirado de novo.
Os regimes alimentares livres de glúten melhoram substancialmente o prognóstico tanto nas crianças como nos adultos. No entanto, a doença celíaca pode ser mortal (principalmente para os adultos com uma forma grave da doença). Uma percentagem reduzida de adultos pode desenvolver um linfoma (Ver secção 14, capítulo 158) (um tipo de cancro) intestinal. Desconhece-se se o risco diminui ao evitar totalmente o glúten na dieta.
Doença celíaca